quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Meu carnaval pernambucano com paracetamol - Parte III

Quinta-feira é o dia do lançamento oficial do Carnaval de Olinda. Sabe? Muito importante na vida de uma foliã de Goiânia. Fui pro Alceu Valença fingindo que meu corpo doia do forró e a indisposição vinha da ressaca. Mas estava muito cheio. Muito mesmo. Mais do que no ano passado. Era o caos, na verdade. Não conseguia chegar no lugar. As ruas eram divididas por táxis, ônibus, gringos, locais, ambulantes com batatinha ou cerveja, mendigos e pessoas doentes em cadeiras de roda. Isso me deu agonia, por um momento, mas cheguei no Alceu. Fiquei meio longe, muito apertada, comprei um latão, corpo amoleceu. Pensei: não vou conseguir assistir ao Mundo Livre. Corpo foi doendo mais, mal-humor foi subindo, larguei latão e pensei: acabando Alceu, assim que minha mãe ligar pra alguém ir recebê-la na casa eu vou. Mas aí não tinha mais graça nenhuma o show, nem as pessoas, nem latão e eu tava mesmo passando mal. Foi quando fui pra casa. Pijama e cama: preciso dormir, pensei. Minha mãe chegou, toda eufórica, me abraçando. "Nááááádia, você tá pelaaaando de febre! Banho frio já". Ela revezava sua preocupação comigo com seus goles na cerveja que tinha pego no freezer. Na verdade, assim foi até o fim do carnaval, incluindo que eu disputei atenção com os blocos de Olinda. Coitada da minha mãe. Custo a tirar a mulher de casa, botar pra viajar, fazer farra e a filha adoece. Ainda bem que ela não fez disso um impecilho pra curtir a viagem.

Bem, a partir daí veio muito paracetamol, muita água, soro, água de coco e cama. Muito suor, muita indisposição, muita dor de cabeça, boca amarga. "É, dengue!", uns diagnosticaram. Vontade de ficar na cama. Vontade de ficar deitada. Vontade de nem sair dali. Foi assim sexta. Dinterim. "É insolação!", minha mãe tinha certeza. Acreditei em mamãe e não levei isso à sério. Descansar sexta, porque sábado a programação tá quente! Tentei ir na abertura do carnaval de Recife. Naná Vasconcelos e os 700 batuqueiros de maracatu. Sabe, não vi graça dessa vez. Não é microfonado, você não ouve direito, não enxerga a emoção, nem sente o batuque. Achei que era mau-humor meu, mas muitas pessoas concordaram. Uffa. Pessoal esse dia foi pra casa onde turma do Coco Raízes de Arcoverde estava hospedada e aprenderam a dançar as tamancas. Essa eu perdi mesmo.

Sábado acordei melhor. Sabia que não tinha sarado, mas queria me convencer disso. E principalmente os outros. Fiz almoço, me banhei em protetor; dá-lhe chapéu, óculos e rua! Blocos, blocos, alto da Sé, Coco Raízes, Pólo do Samba e até umas cervejinhas. A noite caiu, minha energia tb, a febre subiu. Era a hora do banho, cama e paracetamol. Perdi Coco do Amaro Branco, atravessei a rua onde casais gays se pegam em Olinda rindo do moralismo da mãe e da tia, e fui pra casa. 23h levantei. Digo, eu, minha vontade, meu espírito. Meu corpo queria ficar ali na cama mesmo. Fingi que não era comigo, tomei meu paracetamol e fui pro Siba! Não era Marco Zero, não estava lotado, o que já garante um show mais agradável. Ah! Importante! O táxi chegava perto! Em Olinda se anda MUITO. Mas muito mesmo. O táxi te levar na boca do palco em Recife é luxo. Depois de Siba e a Fuloresta, deixei Jorge Ben Jor pro domingo. Minha saúde não me permitia infinitar. Papai, que tinha acabado de chegar em Recife, não reconheceu o desânimo da filha quando o encontrei em casa. Ele, nem eu, só não sabíamos que eu continuaria quietiiiiinha!

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