quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Meu carnaval pernambucano com paracetamol - Parte I

Blog, querido blog. Como te evitei, não é mesmo? Mas o tempo passa, a gente acaba se aproximando mais de ser jornalista e se afastando de ser estudante e certas coisas devem se tornar hábito, simplesmente por escolha de vida. Talvez se eu tivesse resolvido ser nutricionista ou quem sabe administradora, isso não tivesse que fazer parte do meu ofício.

Deixando de lamentação e sem soar como obrigação escrever aqui, apesar de meu 2010 ter começado com muitas coisas interessantes a serem ditas (sejam coisas em minha cabeça, sejam fatos externos) vou falar do Carnaval em Pernambuco 2010. Pausa. Você deve ter pensado em muita cerveja, muito colorido, muito confete, muito frevo, muita bagunça, muita gente, muita ladeira, muito sol, bonecos gigantes. Pois bem, carnaval em Pernambuco tem disso mesmo, e tem mais, e no meu caso, o meu foi diferente. E quero falar do início da viagem. Início de começo mesmo, assim do aeroporto.

Sim, acho digno falar do aeroporto e de 'andar de avião'. Eu gostaria de nunca me acostumar e perder o encanto em 'andar de avião' (eu gosto de falar essa expressão, acho bonitinho). Gente, por mais que nossa rodoviária seja melhor que nosso aeroporto, viajar de avião é sim muito mais dignidade. Não só pelo tempo. Você não é tratado da mesma maneira num check-in ou embarque, que num balcão de rodoviária. (Apesar de ter ficado admirada com a rodoviária do Rio nesse reveillon). Aeromoças parecem anjos! Pela beleza e pela educação. (Apesar de nunca entender porque refrigerante vem sempre quente e com gelo). Tudo funciona, deve ser uma das únicas coisas no país que você tem que ser pontual, porque eles não vão arrumar um jeitinho. Tudo dá certo, mesmo porque quando dá errado... bem... que bom que deu tudo certo comigo.

Mas o que eu queria falar, dessa vez, é que tive uns pensamentos diferentes. Além do pensamento corriqueiro: 'como esse trenzão consegue sair do chão', tive alguns outros naquele momento de decolagem e que a gente de repente enxerga coisas que nunca enxergaria com pés no chão. Primeiro fiquei lembrando do Lula falando o quanto obras paradas dão prejuízo pro país. É... como estagiária de vereador me senti na vontade de cutucar pra que a gente faça algo pra que aquele aeroporto, de uma vez por todas, seja digno de sua capital.

Depois eu fiquei pensando como eu não me sinto na vida real dentro do avião. Daí o aeroporto seria o limbo. Quando entro em uma pra viajar (e não receber ou mandar gente embora), eu me sinto saindo da vida real, porque, de fato, estou saindo da rotina (ainda não sou jornalistabemsucedida que viaja a trabalho). E sinto também em todas as pessoas por ali. Mas quando eu finalmente estou no ar, eu tenho certeza que estou fora. Eu saio da vida e caio direto no Google Earth. Aqueles carrinhos lá embaixo, pra onde estariam indo? Aquelas casinhas... que que as pessoas fazem ali? A GO que segue pro Campus, simplesmente parece que aquilo não me pertence, que nem por ali eu passo todos os dias. E quanto mais se distancia, menos vida eu sinto, menos rotina, é tudo mapa, e finalmente estou fora.

Voltando pro limbo, dessa vez em Brasília, me deparo com um lugar muito cheio. É muita gente. De todo jeito. Gente com cara de político, de empresário, de jogador, de funcionário público, de emergente, de estudante, de nada... sabe, gente com cara de nada? Que vocês fazem aqui em plena terça, ein gente? Tá todo mundo de férias que nem eu? E você, ein tio. Todo de terno indo pro Rio em semana de carnaval? Uhum... tá! Não demora muito, depois daquelas coxinhas caras e horríveis, que insisto em comer, tive o imenso desprazer de me sentar ao lado de um garoto carioca de 15 anos que me importunou até Recife. Não, não é uma viagem rápida. E vocês não imaginam o meu prazer e facilidade em dormir em viagens. Daí imaginem o desprazer em ter alguém, como descrito acima, puxando papo comigo. Eu, que levo até travesseiro pra dentro do avião.

Juro que nunca me incomodei em parecer 5 anos mais nova. Ou mais. Mas quando comecei a reparar que o pirralho me confundiu com alguém da idade, e estava dando em cima, importunando meu sono, ah... eu me irritei. Mas e quando ele descobriu minha idade, que eu namorava, e continuou a me importunar? Aí concordei que carioca é abusado mesmo!E ainda era evangélico. Ahan, tá! Lembrei da minha amiga Débora, deveria ter usado a frase que ela tanto gostava de falar quando ele falava alguma abobrinha. "Olha, eu penso assim, não sei os crentes". Bem, chamaria a aeromoça pra trocar de lugar, se eu não soubesse usar, oportunamente minha grosseria. "Qual parte do eu-quero-dormir você não entendeu?". A parte do 1h30 depois de me deixar em paz, antes de descer do vôo, tirar uma foto minha. Bem, eu só queria desabafar, talvez. Vamos para o carnaval!

Um comentário:

  1. Nossa, um post!!! Quero logo ver o próximo. Vai sair quando? Ano que vem? XD
    Logo, logo você vai ser jornalistabemsucedida e vai sair por aí, viajando a trabalho, cobrindo a Copa, quem sabe? E fazendo um discurso político-filosófico sobre tudo. Quero logo que esse dia chegue. Assim não precisarei ficar um ano esperando um post novo para ver algo seu escrito. =)
    Beijo!

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