sexta-feira, 9 de julho de 2010

Web 2.0 way of life

Seis e meia da manhã. Levantar da cama, pegar uma xícara de café e antes ainda de tirar o pijama, apertar a tecla power do computador que estava no modo stand by. Afinal, enquanto o usuário dorme, o computador baixa uns álbuns de músicas ou vídeos. Inclusive os que nem foram para as lojas ainda. Um bom dia aos amigos do twitter e antes mesmo de acessar o jornal digital, por ali mesmo já se informar das principais manchetes na cidade e no país. Claro, se você souber quem seguir. Dar uma olhada como será a temperatura do dia, se poderá ou não correr no parque no fim do dia.

Checar e-mails, dar o parabéns para amiga via Orkut (que, aliás, foi o que lembrou que hoje era aniversário dela), se informar pelo facebook que hoje tem aquele show tão esperado. Ouvir algumas músicas do novo álbum baixado durante a noite, uma rápida avaliação e em algum fórum fazer recomendações. Pronto, sete horas. Agora já pode tirar o pijama, tomar um banho e cuidar da vida. Essa rotina poderia parecer muito estranha para alguém em 2002. Hoje se torna cada vez mais comum. Trocar, escolher, compartilhar, opinar, participar. É essa a nova forma de se usar internet.

Há sete anos nascia o Itunes, uma loja de música digital fácil de usar, barata e rápida. Nos berços ao lado estavam o myspace e o skype. O objetivo do primeiro era reunir músicos. Bandinhas, bandas e bandonas podem ser ouvidas e descobertas através desse site. Um koreano pode ouvir hoje a demo de um grupinho de forró que foi mixada ontem, e quem sabe gostar muito e levar para um festival de bandas independentes em seu país. Já o skype veio aí para diminuir a saudade de quem mora longe ou aumentar namoros on-line. Vídeo e áudio de alta qualidade. E de graça, o que diminuiu as cifras das contas telefônicas de algumas casas.

2004 foi o ano dos blogs. Como toda nova invenção 2.0, ninguém sabia bem ao certo aonde isso ia dar ou o que fazer com aquilo. Alguns usaram como diário, outros para escreverem aquilo que não poderia ser publicado (seja pela linha editorial ou por falta de acesso aos veículos tradicionais). Alguns souberam fazer daquilo a fantástica possibilidade de jornalismo cidadão, que tem sido a grande esperança dos jornalistas que ainda sonham com um jornalismo melhor. Outros abusaram da criatividade e são pagos para fazer aquilo. Katylene e Hoje Vou Assim que o digam.

E daí os podcastings e youtube, que tiraram muita gente do sofá, que ficava ansiosa esperando chegar as nove horas da noite para ver aquele filme ou aquele programa. Um turbilhão de informações e descobertas. Foi o que o compartilhamento de vídeos e áudios proporcionou. Aqui, fica minha experiência pessoal. Hoje, uma das coisas que tenho mais dispensado meu tempo e mais vivido se chama Passarinhos do Cerrado. Um grupo de coco. Coco? Não sabe o que é isso? Eu também não sabia até 2008. Um ritmo nordestino que simplesmente enfeitiçou a mim e mais cinco goianos músicos.

A gente, por um ano, tocou esse ritmo, dançou, cantou, encantou um bando de goianos, viajamos e conseguimos nos tornar um grupo profissional sem nem conhecer Pernambuco (onde o ritmo é mais forte). Conhecemos e aprendemos tudo via youtube e rapidshare (como o próprio nome sugere, é para compartilhar). Depois de um ano pudemos pular carnaval por aquelas terras e re-conhecer todas as influências, que até então, eram virtuais para gente. Provavelmente se não existisse o youtube e o rapidshare no dia 20 de abril desse ano (nossa festa de aniversário), não reuniríamos 900 pessoas no Circo Laheto para dançar coco.

Esse exemplo, apesar de muito, mas muito singular mesmo entre as diversas experiências que a web 2.0 proporcionou para o universo musical expressa a potencialidade dessa nova forma de internet. Não há um ambiente hoje em que ela não tenha causado impacto. Universidade, escolas regulares, jornalismo, esporte, moda, publicidade, economia, política e por que não as religiões têm uma nova forma de atuarem. Aqueles que brigavam pela democracia e por poderem opinar se expressar nas décadas de 1960, 1970 e 1980, não poderia imaginar que a democracia, hoje conquistada, teria um aliado tão poderoso como web 2.0. Uma nova forma de se relacionar, de criar, de fazer política, cultura, economia e conhecimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

e aí?